04 novembro 2008

Henrique Neto diz que terminal de Alcântara é absurdo

O empresário socialista Henrique Neto considerou hoje «um absurdo» o projecto do terminal de contentores de Alcântara e criticou a política de obras públicas do Governo, contestando a construção de auto-estradas e o traçado do TGV.

Henrique Neto participou hoje nas jornadas parlamentares do PSD, em Évora, onde fez uma intervenção sobre pequenas e médias empresas e emprego, mas quis também abordar o tema das obras públicas.
No seu discurso, o vice-presidente da Associação Industrial Portuguesa (AIP) insistiu que faltam «estratégia» e «pensamento sistémico» na sociedade portuguesa – crítica que disse abranger o actual Governo e os anteriores governos nesta crítica.

Comentando em concreto o projecto do terminal de Alcântara, o socialista considerou que a ideia de colocar mais contentores no local é «uma coisa absurda».

«É um desperdício de dinheiro que só vai prejudicar Lisboa e – lá está – que não tem nenhuma estratégia por trás», acrescentou, salientando que, «enquanto os Estados Unidos vão querer ter um único porto na costa Oeste e um na costa Leste, Portugal quer ter dois, aparentemente, um em Sines e outro em Lisboa».

Henrique Neto defendeu que Lisboa deve ser «uma capital de serviços e não de indústria» e argumentou que ter um terminal de contentores em Alcântara não faz sentido «por razões de tráfego, porque vai levar camiões para a cidade, por razões ambientais e por razões económicas».

«É muito mais caro ir buscar um contentor a Alcântara do que ir buscá-lo a Peniche ou a Sines», apontou ainda. «O investimento num túnel mais uma ponte, pensar em deslocar a estação dos paquetes para Santa Apolónia: nada disto faz sentido», reforçou.

O empresário recomendou aos deputados do PSD que olhem para Marrocos e para a forma estratégica como está a organizar-se em termos de transporte marítimo e de vias de comunicação.

Quanto a Portugal, segundo Henrique Neto as rodovias «são totalmente desnecessárias» e «a prioridade das obras públicas são as barragens».

«[Construir novas auto-estradas] pode render votos, pode ser muito importante, mas não tem nenhum significado económico», defendeu.

Henrique Neto criticou também o traçado da linha ferroviária de alta-velocidade por passar no Sul de Portugal, dizendo que «como está é um insulto à inteligência e ao desenvolvimento do país».

in Diário Digital / Lusa

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